quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ce n'est pas un poème

Estranho:
Esquisito,
desconhecido.

É estranho...
Antigamente mamãe dizia,
quando ainda me dava banho:

'Não aceite nada de estranhos!
Se uma coisa vem de um estranho,
só pode ser porcaria!'

Hoje em dia confundem idiotas
com estranhos...
Mas nem todo estranho é idiota,
e nem todo idiota, necessariamente,
é estranho.

Eu, por exemplo:
Não sou tão idiota,
quanto os verdadeiros idiotas pensam!

Só sou estranho mesmo...
E quando se é estranho
todos são estranhos!
Menos você.

Eu sou o céu,
um céu fechado,
quero me abrir,
mas engoli a chave,
me tranquei para fugir,
mas quero liberdade!

Nunca quis ser visto,
no entanto, não consigo
fazer "vista grossa"
para quem quer 'me ver'.

Aos poucos saio do limbo,
desse casulo lindo
feito por bichos da goiaba,
saio na base do pé de cabra!
Ao som de um coral de bezerrinhos,
para ser livre,
como uma gaivota!
Não,
como um  idiota.

(Rhangel Ribeiro)


Um comentário:

  1. Já te disse que adoro seus poema? Acho muita coisa do que escreve genial! Adoro a lógica que vê nas coisas e que lhe é muito particular. Busque crescer amigo, acho que vc tem potencial para ser grande naquilo que faz. Parabéns! Beijos cheios de rimas!

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