sexta-feira, 10 de maio de 2013

Prece ao olhar onipotente


Senhor,
permita-me renascer
ainda que desse tamanho,
mas com a permissão de transgredir
e ter a indecência de ser feliz!

Eleva-me, até eu aprender
alcançar as nuvens
e colocar rolhas enormes nas chaminés das fábricas.

Onipotente,
quero finar-me em consciência
e viver o bastante para ser jovem,
nas melodias que me absorvem
e decantar minha decadência...

reaparecer
como um querubim,
um bebê numa banheira,
boiando na maré mansa,
com olhos de lince, ou de lança
para olhar direto nos olhos da menina
de olhos verdes-dourados-azul piscina...


Para aprender
a rir
e a chover pelos olhos.

Compreender
se riem de mim
ou  riem comigo.

E saber
quando um momento ruim
precede
um bom momento.

(Rhangel Ribeiro)

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