E de repente
eu era poeta.
E de repente
ela sabia.
E de repente
ela era a palavra.
E de repente
nós fomos poesia.
E de repente
era todo sábado.
E de repente
era todo dia.
E de repente
eu fiquei tão prático
que de repente
ela era uma sílaba .
E de repente
eramos dízimas,
de repente
dúzias, divisíveis...
E de repente
eramos zero,
de repente
invisíveis...
E de repente
ela era um sussurro,
e de repente
ela era um resumo,
e de repente
eu fiquei tão leve...
E de repente
eu fiquei tão burro...
E de repente
nós íamos tão longe
que de repente ela existia!
E de repente
não fomos
nem esse"de repente"
que tanto
se repetia.
(Rhangel Ribeiro)
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