quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Era Éris

Décima oitava manhã azul,
de uma primavera infecunda;
em que só uma toalha é florida,
em que a nossa vasilha é funda.

Girava a rosa dos ventos;
pássaros, pousavam, em bandos...
Galos ao meio-dia eram abutres voando,
sobre a triste carcaça do sofrimento,
roupa molhada, aguaceiro bento.

Nossa amada Tortinha, sem recheio
repleta de meandros.
Uma menina bonita
era Éris, enfeitada com fitas
abrindo seu wagasa,
para um mergulho, sem escafandro
do alto de um velho Jequitibá.

(Rhangel Ribeiro)

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