terça-feira, 27 de agosto de 2013

Algodões rubros

Camponeses zarpam
em jardineiras,
e nas corcovas dos cabriolés,
pelo caminho dos catolés,
cercados e paineiras.

Soldadinhos de chumbo,
liberdade em gaiolas,
é estado latente e beligerante.

Quebra-Nozes
na casa das máquinas.
Damas e ventarolas...
Fila indiana, cortejo elegante.

De carona, em jumentos
vão estudantes, crianças, mulheres,
com seus risos e cataventos,
abrir a cova dos malmequeres.

Na estrada das quimeras
sumiu mais um jovem moço.
Em um túnel de escuridão tranquila,
que ainda vira,
e vira poço.

(Rhangel Ribeiro)

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

RIP, RIP! ERRO!!

Estou sozinho,
porque sou errado!
Sou todo errado!
Tão errado
que até repito,
de maneira errada
a palavra 'errado'
no final dos versinhos...

'Mais pobre que uma rima pobre
é rimar uma palavra com ela mesma!'

É o que dizem...

Mas é melhor fazer isso,
que acabar usando
 a palavra errada,
no momento errado.

É o que digo...

Falam também
que estou no caminho errado,
e no lugar errado!
Se 'eles' vão para um lado,
eu, rapidamente, vou para o outro.

Eu mesmo não arrisco dizer que estou certo,
também acho, que realmente,
estou no lugar errado.

Mas sei
que assim,
seguindo no rumo contrário,
corro o sério risco,
de estar cada vez mais perto
do caminho certo.

(Rhangel Ribeiro)

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Para onde vão os imortais?

Vivem tua vida
sem tua presença,
apagam tuas pegadas,
e o crime re-compensa.

Mudam
de cidade,
fingem
 teu sumiço.

Fogem,
são omissos.
E entre a neblina, fina...
Desaparece a lealdade.

Fecharam tua cortina,
cobriram tua carcaça,
mas a luz da eternidade,
não passa, transpassa...

(Rhangel Ribeiro)